Classe 2: A MALDIÇÃO DO METAVERSO

Ou, Como uma palavra trintona foi destruída pelo mercado e fez com que seres providos de mínima dignidade rolassem os olhos diante da iminente insinuação do termo?

Nesse episódio do Podcast Tecnologia e Cultura, Olivia Merquior e Henri Moi discutem sobre todo o vudu que a palavra “metaverso” carrega.

Como sempre, nosso papo é sempre repleto de referências. Por isso, separamos cada uma delas aqui. Dá só uma olhada:

©Digital Village

Metaverso será a nova dimensão da cultura, decretam os futuristas.

Setor deve mergulhar em modelos integrados de realidade ampliada para atrair público novo, segundo analistas de tendências.


Leia a matéria completa:

Metaverso será a nova dimensão da cultura, decretam os futuristas. Folha de S. Paulo, 2020.

A Maldição da Meta

Em 2021, Mark Zuckerberg mudou o nome do Facebook para Meta e disse que estava totalmente comprometido com o mundo digital imersivo do chamado metaverso. Por isso, a Meta investiu bilhões de dólares e se reestruturou em torno da tecnologia até então emergente – exatamente quando a economia global desacelerou, a inflação disparou e os investidores começaram a prestar mais atenção aos custos.

A combinação foi nada menos que desastrosa. Em 2022, os lucros da Meta foram significativamente impactados pelos gastos no metaverso e pelo crescimento mais lento nas redes sociais e na publicidade digital. Em julho do mesmo, a gigantge do Vale do Silício registrou sua primeira queda nas vendas desde que se tornou pública. Suas ações caíram mais de 60% naquele ano.

Leia mais:

Meta's Profit Slides by More Than 50 Percent as Challenges Mount. The New York Times, 2022.

O “Paraíso” havaino de Zuckerberg

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, está construindo um amplo complexo de US$ 100 milhões no Havaí – completo com planos para um enorme bunker subterrâneo. Uma investigação da WIRED revela a verdadeira escala do projeto – e o seu impacto na comunidade local (leia aqui).

Em seu livro Survival of the Richest, Douglas Rushkoff levanta uma crítica sobre essa “mentalidade” característica dos CEOs de bigtechs que buscam se refugiar no isolamento e segurança de ilhas paradisíacas ao redor do mundo. O autor acredita que, para eles, “com dinheiro e tecnologia suficientes, os homens ricos podem viver como deuses e transcender as calamidades que se abatem sobre todos os outros”.

Se alguém tem dinheiro suficiente para se proteger dos danos causados à sociedade, esse alguém é Zuck. É mais ou menos isso. Ele destruiu o governo e a sociedade e agora pode ir ao Havaí e construir um forte.
— Douglas Rushkoff

A Rede Social, de David Fincher (2010).

Sinopse: Em uma noite de outono em 2003, Mark Zuckerberg, estudante de Harvard e gênio da computação, começa a trabalhar em um novo conceito que acaba se transformando em uma rede social global conhecida como Facebook. Seis anos e 500 milhões de amigos mais tarde, Zuckerberg se torna o mais jovem bilionário da história com o sucesso de sua rede social. No entanto, a sua ascensão sem precedentes traz complicações legais e pessoais.

Disponível na Netflix.

©Elena Lacey

Mulheres no universo Sci-Fi

A ficção científica, muitas vezes abreviada como sci-fi, é um gênero literário que explora cenários, conceitos e possibilidades futuristas e distópicas, frequentemente baseados em avanços científicos, tecnológicos e especulações sobre o desconhecido. Caracterizada por elementos como viagens espaciais, culturas alternativas, distopias visionárias, inteligência artificial, mundos alienígenas e avanços científicos extraordinários, a ficção científica transcende as fronteiras da realidade conhecida, desafiando as convenções e oferecendo uma visão única do que poderia estar à frente.

Ao longo da história, autoras extraordinárias contribuíram significativamente para a construção de mundos futuristas, exploração espacial e reflexões sobre tecnologia. Nomes como Ursula K. Le Guin, Octavia E. Butler e Margaret Atwood não apenas desafiaram as normas estabelecidas, mas também influenciaram profundamente a narrativa sci-fi, oferecendo perspectivas únicas sobre sociedade, gênero e o impacto da tecnologia no futuro.

Essas autoras e tantas outras continuam a enriquecer o gênero com suas visões inovadoras, sendo capazes de escrever sobre uma gama extremamente diversificada de assuntos complexa com profundidade e sua maneira e voz únicas.

Se você é fã de ficção científica e se vê incapaz de citar mais do que uma ou duas autoras femininas no gênero, confira as listas a seguir e escolha a sua próxima leitura:

100 Great Sci-Fi Stories by Women Writers (Read 20 for Free Online). Open Culture, 2013.

The 23 Best Science Fiction Books by Female Authors. The Best Sci-Fi Books, 2014.

Metropolis, de Thea von Harbou (1927).

Conhecido por qualquer cinéfilo ou amante de cinema, Metropolis é considerado como um dos marcos fundamentais da história do cinema, principalmente do expressionismo alemão, pela inovação das técnicas de filmagem e também berço da ficção científica nas telas.

Mas por trás do roteiro dessa obra existem a vida e o talento de um pessoa muitas vezes desconhecida pelo grande público: a roteirista, atriz e escritora alemã Thea von Harbou (1888-1954). Casada com Fritz Lang, ela fez o roteiro do filme, dirigido por seu marido, e ainda antes da primeira exibição em 1927 lançou o livro Metrópolis em 1926.

Ambientado em uma cidade futurista distópica, Metropolis apresenta uma narrativa complexa que explora temas de desigualdade social, industrialização desenfreada e a busca por harmonia entre as classes, sendo mais um exemplo da contribuição e legado de autoras para o gênero Sci-Fi – com sua criatividade, narrativas inovadoras e por abordar questões sociais e filosóficas profundas.

Gisele gigante aparece na Tower Bridge

Para apresentar a sua nova coleção de primavera-verão 2024 a grife Boss projetou um holograma gigantesco da übermodel Gisele Bündchen na Tower Bridge, um dos principais pontos turísticos de Londres.

Além de Gisele, o ator sul-coreano Lee Min-ho, também embaixador da grife, teve sua holografia projetada na ponte. Essas projeções fazem parte de um momento de reposicionamento da Boss, que vem procurando chamar a atenção do público com ações que usam recursos tecnológicos e com o endosso de personalidades.

Leia mais:

Gisele Bündchen gigante aparece em Londres em campanha da Boss. Meio&Mensagem, 2024.

Decentraland

Decentraland é uma plataforma virtual descentralizada baseada em blockchain, que permite aos usuários explorarem, interagirem e construírem em um universo virtual 3D. Utilizando a tecnologia blockchain, a Decentraland oferece propriedade de terra digital, conhecida como "parcels", que são representadas por tokens não fungíveis (NFTs). Neste espaço, os usuários podem criar, comprar e vender ativos digitais, participar de eventos e experiências sociais, além de desenvolver aplicativos descentralizados (DApps). Com uma economia virtual e uma abordagem centrada no usuário, a Decentraland é uma inovadora plataforma que exemplifica a interseção entre a tecnologia blockchain e os mundos virtuais.


Site
CoinMarket

Metaverse Fashion Week

Realizada pela Decentraland, a Metaverse Fashion Week é um dos maiores eventos de moda digital do mercado. Ele é aberto a qualquer pessoa e incluiu uma programação de ativações inovadoras e eventos contínuos com desfiles, showrooms, lojas, painéis, festas virtuais e lançamentos de NFT.

Uma combinação de moda de luxo tradicional e marcas nativas digitais, a MVFW já contou com a participação de grifes como Paco Rabanne, Dolce & Gabbana, Etro, Tommy Hilfiger, Dundas e Cavalli, além de marcas digitais como a Auroboros e a DressX.

Site

DressX

A DressX é uma plataforma inovadora que combina moda e tecnologia, oferecendo uma experiência única no universo digital. Funcionando como uma loja virtual de moda digital, a DressX permite que os usuários adquiram roupas virtuais exclusivas e personalizadas, projetadas por uma variedade de estilistas talentosos. Essas peças de vestuário digital são utilizáveis em ambientes virtuais, redes sociais e experiências digitais diversas. Ao integrar moda e tecnologia, a DressX destaca-se como uma pioneira na convergência entre o mundo físico e digital, oferecendo aos usuários uma forma inovadora de expressar seu estilo em plataformas virtuais.

Site

The Fabricant

Especializada em moda virtual e design computacional, a The Fabricant cria roupas digitais inovadoras e impactantes. Combinando arte, tecnologia e moda, a empresa oferece uma abordagem única para a expressão pessoal, permitindo que os usuários experimentem peças de vestuário exclusivas e digitais. Sua visão está enraizada na transformação da moda, explorando novas fronteiras e desafiando as normas convencionais através da criação de roupas que existem inteiramente no mundo digital.

Site

Assista ao Immersive Talk Digital fashion houses: A economia Direct To Avatar com Adriana Hoppenbrouwer. BRIFW, 2021.

Coleção Erebus, Lucas Leão (2021).

Lucas Leão destaca-se como um estilista inovador, pioneiro na interseção entre arte e tecnologia. Com uma presença significativa na indústria da moda, Lucas é reconhecido por seu trabalho vanguardista, incorporando elementos tecnológicos de forma única em suas criações.

Em sua coleção Erebus, apresentada ao público durante a BRIFW 2, o designer uniu a moda e a tecnologia de realidade aumentada para criar uma experiência única e sensorial, abordando a beleza do estranhamento.

 

Junte-se a Oli e Henri nessa jornada pelo fascinante encontro entre moda, cultura e tecnologia. A cada episódio, novas referências e insights que aprofundarão sua compreensão.

Ouça agora o episódio A Maldição do Metaverso do GMT Podcast.

 

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